domingo, 17 de julho de 2011

A Contribuição da Música para o Desenvolvimento Infantil




 A música é um meio de expressão de idéias e sentimentos, sendo também uma forma de linguagem muito apreciada pelas pessoas. É raro encontrarmos alguém que não a aprecie e, por isso, dificilmente perguntamos se alguém gosta de música; a pergunta que geralmente é feita refere-se ao tipo de música de que se gosta.

As crianças também a apreciam e, desde muito cedo, ela adquire importância em suas vidas. Com certeza, você deve se lembrar de alguma música que tenha marcado sua infância e, junto com essa lembrança, deve recordar as sensações que acompanharam tal execução. Além de sensações, através da experiência musical são desenvolvidas capacidades que serão importantes durante o desenvolvimento infantil.

Contudo, para perceber a música da forma convencional é preciso que a criança tenha a possibilidade de ouvir. Em casos de deficiências auditivas, é necessário todo um trabalho terapêutico para que se chegue a esse nível. Há também casos de alterações neurológicas que afetam a percepção dos sons e, conseqüentemente, o contato com a música.

A música pode produzir benefícios para a criança desde a gestação, pois a partir do sétimo mês, o feto já é capaz de reconhecer vozes, música e sons do ambiente externo e interno, como os batimentos cardíacos da mãe, por exemplo. É importante que, durante a gravidez, a mãe cante e escute músicas infantis, canções de ninar e outros tipos que lhe inspirem tranqüilidade e segurança, pois sabe-se que os bebês reagem a sons dentro do útero materno e que a música, se bem escolhida, pode acalmar os recém-nascidos.

Em condições normais, os órgãos responsáveis pela audição começam a se desenvolver no período de gestação e somente por volta dos onze anos de idade é que o sistema funcional auditivo fica completamente maduro, por isso a estimulação auditiva na infância tem papel fundamental.

É preciso também ressaltar que é importante não só a sua execução através de um aparelho, mas também o contato que se estabelece entre o bebê e a mãe, ou a pessoa que assume seu cuidado. Assim, cantar, murmurar ou assobiar fornecem elementos sonoros e também afetivos, através da intensidade do som, inflexão da voz, entonação, contato de olho e contato corporal, que serão importantes para a evolução do bebê nos níveis auditivo, lingüístico, emocional e cognitivo.

Isso ocorre também durante todo o desenvolvimento infantil, na medida em que, através da música e suas características peculiares, tais como ritmos variados e estrutura de texto diferenciada, muitas vezes com utilização de rimas, a criança vai desenvolvendo aspectos de sua percepção auditiva que serão importantes para o desenvolvimento geral de sua comunicação, favorecendo também a sua integração social.

Na área educacional, a utilização da música é bastante difundida, principalmente nas escolas infantis e, dependendo do conteúdo das letras, podem também ser trabalhados através dela conceitos importantes para a aprendizagem da criança, tais como cores, posições espaciais, números, letras, noções de higiene e cuidado pessoal, tornando possível até mesmo colaborar para um clima de ajuda e respeito mútuo, o que nem sempre é fácil entre crianças pequenas.

Quando estão cantando, as crianças também trabalham sua concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, principalmente porque, juntamente com o cantar, ocorre com freqüência o desejo ou a sugestão para mexer o corpo acompanhando o ritmo e criando novas formas de dança e expressão corporal.

A música é uma das inteligências descritas por Howard Gardner, psicólogo educacional norteamericano. Segundo ele, a criança deve ser entendida como um ser total, portador de outras inteligências a serem desenvolvidas, além da linguística e da lógicomatemática, que são frequentemente estimuladas na educação tradicional.

A inteligência musical ou rítmica baseia-se no reconhecimento dos padrões tonais, em sensibilidade para ritmos e batidas e no manuseio de instrumentos musicais. Ela pode ser estimulada desde muito cedo na vida da criança, incentivando-a não só a ouvir, como também a criar músicas de diversas formas, utilizando objetos, instrumentos musicais ou o próprio corpo.

Não se deve esperar, contudo, que apenas a escola estimule a criança, ao contrário, deve-se proporcionar a ela uma oferta variada de experiências musicais, para que perceba diferenças entre estilos, letras, velocidades e ritmos (trabalhando assim a atenção e a discriminação auditiva), permitindo que faça escolhas e sugira repetições, o que geralmente a criança pequena faz com freqüência, como forma de aprender e como recurso de memorização (desta forma ela estará trabalhando a memória auditiva).



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